August 27, 2013

produtos "cruelty free": por que eu ainda fico em cima do muro?

de um lado, pessoas com uma paixão enorme pela proteção dos animais. do outro, aquelas que defendem os testes neles pelo bem do homem. todos tem pontos válidos em seus argumentos, ambos costumam ser ingênuos em acreditar na palavra de corporações e indústrias, o atual câncer do mundo.

o fato é: TODOS os ingredientes dos produtos foram testados em algum momento. pode não ter sido feito pela empresa que se diz cruelty-free, mas nada impede que ela contrate uma empresa terceirizada e fazê-lo, e ainda assim se divulgar como amiga da natureza na embalagem. também nada impede que marquem o produto como cruelty-free, porque não testaram o produto finalizado, mas testaram parte dos INGREDIENTES. é por isso que eu me sinto muito mais enganada por marcas que ficam falando que não testam em animais e não tem uma atitude transparente do que as que admitem testar e aquelas que investem uma quantia enorme em pesquisas que amenizem a dor deles e a necessidade de fazer isso. 
porém, no fim, não temos certeza de nada quando se trata de empresas grandes e não é de grande ajuda discutir sobre coisas que não temos como provar.

é por isso que a minha opinião se aproxima mais da do gossmakeupartist:


ou seja, somos absolutamente contra torturar animais, mas temos consciência de que praticamente todos os produtos industrializados que consumimos (maquiagem, medicamentos, alimentos) já foram testados diretamente ou indiretamente. é claro que é muito difícil de comparar algo voltado para beleza e algo para a saúde, mas não podemos achar que só porque não compramos uma maquiagem que é, teoricamente, não testada, estamos livres de todos os outros itens industrilizados que fazem a mesma coisa. também não podemos ser conformistas e achar que não podemos fazer a nossa parte só porque "ah, tudo é testado neles mesmo".

minha solução tem sido um conjunto de idéias que se completam ao que acredito: usar produtos com ingredientes conhecidos e menos nocivos para o meio-ambiente, para seres humanos e consequentemente para os animais. eu acho que não precisamos tanto assim de substâncias sintéticas e tóxicas "inovadoras", existe um limite ético pro "progresso da ciência" especialmente se for apenas estético. não são só os animais que estão sendo objeto de experiência... nós também estamos sendo.

ou seja, a melhor coisa a se fazer, pra mim, tem sido usar produtos o mais naturais possíveis de marcas que prezam por esse aspecto (e não que apenas se vendem dizendo ser, pois já vi muito produto com ingredientes sintéticos e tóxicos em lojas "naturebas") ou simplesmente não usar/usar o menos possível/consumir conscientemente. 
esse tipo de produto também costuma ter uma quantidade muito menor de ingredientes, o que significa redução da possibilidade de haver substâncias que não tenham sido testados antes (afinal eles não o fazem repetidamente se a pesquisa já existe) e menos porcaria no meio-ambiente, nos animais e no seu corpo: menos sofrimento para todos. 

você realmente sabe o que está usando todos os dias?

eu ainda não tenho condições financeiras de trocar todos os cosméticos que eu possuo de uma vez, então está sendo um processo bem lento enquanto aprendo sobre as composições, que pode ser bem maçante no início. antes de partir para mudar os produtos de maquiagem (e olha que já joguei tanta coisa fora...) estou investindo em produtos de higiene que são de uso mais frequente como sabonete, shampoo, pasta de dente, desodorante, e posteriormente protetor solar. 

chega de julgar produtos pela capa.


analise você também os dois lados da moeda: 
♥ guia vegetariano - mitos das experiências em animais 

27 comments:

  1. Você disse uma coisa que eu sempre pensei: como saber se é verdade o que as empresas dizem?
    Sem falar que um produto que passa por testes teoricamente tem um controle de qualidade melhor, aí fica aquele impasse...
    Eu sei que existe uma questão ética muito forte em teste de medicamentos (pra pessoas eu sei que existe regulamentação, mas pra animais eu não sei), mas nunca soube se há alguma fiscalização na indústria de cosméticos.

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    1. pois é, mariko! D: até porque o mercado de produtos "naturais", "orgânicos" e "cruelty-free" (com as aspas cada vez mais necessárias) está cada vez maior, é a tendência atual e portanto está cheio de gente querendo ganhar em cima disso...

      mas eu acho que não necessariamente os testes em animais significam ter um controle de qualidade melhor, porque:
      - existem outros métodos, não terem sido feitos in vivo não significa que não foram feitos outros;
      - podem ter sido testado por outras empresas (a questão aí é que nem sabemos quais, como funcionam, se são melhores ou piores que se fossem feitos pela própria marca, etc).

      existem organizações que tentam monitorar como podem, e a maior delas é a peta, que mata animais... como confiar em uma ong assim? será que a lista deles de cruelty free não é baseada em interesses próprios?
      enfim... e é por isso que confio mais em cosméticos feitos na europa e ásia, porque, teoricamente, são os com fiscalização mais dura em relação a produção e ingredientes.

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  2. Muito interessante o seu post Rika! Acho importantíssimo tocar nessa questão dos cosméticos supostamente cruelty-free. Primeiro, porque como a Mariko disse, não é possível saber se é verdade. Depois, se a empresa não testa ela própria, ou ela usa resultados de outra empresa ou contrata alguém para fazer os testes. Empresa nenhuma é ingênua de lançar um produto que não tenha sido testado, de alguma forma, centenas de vezes antes, e correr o risco de ter prejuízo com um produto ruim depois.
    Sem falar que ainda tem a questão da propaganda. É tão bonito falar que não testa em animais e conquistar uma parcela (de poder aquisitivo razoável) do mercado, não é verdade?
    Que bom saber que você também está investindo em produtos mais "naturais". Eu adotei essa política recentemente e pareço uma louca comparando os ingredientes dos produtos antes de comprar. Não pesquisei muito sobre a propriedades dos ingredientes ainda, mas sempre opto pelo "menos é mais", principalmente para alimentos :D
    Outra coisa que me deixa com pulga atrás da orelha são os alimentos organicos. Cai na mesma questão do "quem garante". O esquema é apelar pra horta de quintal e pros cremes da época da minha avô, que não são cheios dessas coisas que eu nem consigo pronunciar 8D

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    1. muito obrigada, yuri! e é uma coisa que não costumo ver, na verdade só vejo todo mundo defendendo esse conceito (o que é louvável, eu também não quero sofrimento para que eu possa passar blush no rosto), mas será que segundo mais uma teoria da conspiração (a gente vive ela hoje, pelo visto), essa não é apenas mais uma ferramenta de marketing? :( é claro que não duvido que existam sim empresas transparentes e com objetivos legítimos, mas é bem complicado diferenciar... ao menos é importante ter essa consicência sem se deixar levar.

      nossa, EXATAMENTE. AHAHA eu tenho feito isso com os alimentos também. se cheira bem, tem gosto bom e dá boa coberta na pele virou uma coisa secundária, a primeira coisa que eu faço é virar a embalagem e ler os ingredientes. as pessoas estranham, são poucas que fazem e eu vejo que mal se dá importância quando chego em uma loja e o preço tá colado EM CIMA da composição. :T mas é tão crucial entender o que a gente está COMENDO e passando NO CORPO, que eu acho que isso deveria ser ensinado na escola.

      eu ainda não comecei a pesquisar sobre os orgânicos, mas eu imagino que não tenha nenhum órgão que fiscalize, né?
      mas siiim, não tem nada melhor que fazer tudo no quintal/garagem, só assim pra ter certeza. 8D mas é complicado com o estilo de vida e sistema atual, infelizmente não é viável.
      então... a gente faz o que pode, né? :) tem sido meu lema (junto do "menos é mais" também :D) com o cerco fechando em cima da gente...

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    2. aliás, sobre orgânicos:
      http://portalestarbem.com.br/2013/05/12/editora-do-estar-bem-fala-sobre-organicos-na-radio-cbn/
      http://portalestarbem.com.br/2013/03/13/ferramenta-online-lista-em-mapa-todas-as-feiras-organicas-do-brasil/

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  3. Eu tive uma matéria na faculdade em que trabalhamos por um semestre com sustentabilidade e ecologia em produtos. Algo que eu notei é que há pouca informação com procedência confiável sobre essas questões. Digo, provavelmente para quem trabalha em áreas de pesquisa, onde há ,de fato, o desenvolvimento de substâncias e processos, seja mais simples, mas como estudante de design eu encontrei uma dificuldade considerável na época (3 anos atrás) para responder essas questões. Achei poucos artigos científicos confiáveis, pouca pesquisa confiável, poucos livros com linguagem acessível. A maior parte eram entrevistas com ativistas dos dois lados, defendendo ou acusando a causa, mas nada esclarecedor, quase sempre opiniões pessoais baseado em achismos, e não em fatos cientificamente relevantes. Raramente eram citados quais processos são utilizados para as testagens, que metodologia usam, o quão sustentável é o processo, quais pesquisas temos para reduzir a necessidade da utilização de animais em testes. Eu vejo, na verdade, que muitas pessoas que defendem ou acusam a causa não sabem responder essas questões, e como você disse, baseiam suas escolhas acreditando na palavra de empresas, ou então, fazem o processo importantíssimo de verificar a matéria-prima, mas desconsideram todo o resto, que inclui transporte, processo de produção, embalagem, ponto-de-venda. Mesmo que um produto tenha componentes 100% ecológicos se na produção passa por um processo 100% poluente não adianta muito, hahaha! É muito delicado esse assunto. Eu gostaria de saber de locais onde há fontes de informação bem mais esclarecedoras e confiáveis. Se souber inclusive Rika, me passe!

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    1. é, caramel, não sei mudou muita coisa desde esses 3 anos. :( no post que indico no final, do easttowestskincare, ele tem um approach bastante científico sobre cosméticos ao contrário da maioria dos blogs sobre o assunto, então talvez ele seja mais indicado para te passar esse tipo de informação. nesse post ele explica um pouco sobre os processos, e cita esse link http://ec.europa.eu/consumers/sectors/cosmetics/files/pdf/animal_testing/consultation_animal_testing_en.pdf

      mas não temos nem como nos basear em artigos da FDA, por exemplo, pois é a mesma coisa que nada. eles agem na base de interesses próprios e lucro de corporações na regulamentação/pseudo fiscalização de cosméticos e medicamentos e não em favor do meio ambiente e saúde do povo americano, que sofre terrivelmente hoje com as consequências.

      então é complicado mesmo ir atrás desse tipo de informação, quando tem gente com tanto poder querendo escondê-las. e você tem razão, tem muitos detalhes que as vezes nem passa pela cabeça do consumidor! os ingredientes são apenas a ponta do iceberg...

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  4. Não vou entrar em detalhes sobre cruelty free, prefiro fazer o que posso e tentar desviar o máximo possível de produtos que testam (e descobrir por aqui que a missha talvez minta sobre os testes me partiu o coração).
    MAS uma coisa que eu li/ouvi uma vez a respeito e lembrei quando vi seu post, é que ao invés de a pena de morte existir, nós devíamos pegar essa galera que não presta pra nada no mundo além de fazer merda e usar como as cobaias 8D

    Pronto, só isso que eu tinha que falar em meio a essa séria conversa jnhbgfvhbjnmk

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    1. é, as informações sobre a missha e a etude são bem controversas, e eu como fã dos produtos dessa última fiquei bolada também. :( pelo que entendi elas são "parcialmente" cruelty-free (como a maioria das empresas?). erm.....

      opa, é uma idéia interessante, é melhor do que o que sugeriram lá no post do easttowestskincare de fazer testes em prisioneiros. mas ele responde com algumas questões a se levar em consideração como: não existe população carcerária e muito menos suscetível a pena de morte o suficiente pra quantidade de testes que "precisam" ser realizados e... toda a questão ética pós-segunda guerra mundial/hitler. heh acho que a onu cairia matando em cima do país que tentasse aplicar esse sistema. :x

      asuhaishaisha fique à vontade para comentar o que quiser. ♥

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  5. ♥ lembro sim!
    como eu comentei com a yuri aí em cima, eu também! tenho uma lista negra de ingredientes pra alimentos e outra pra cosmético anotada em um caderninho, porque tem uns nomes que fica complicado de lembrar (Butylphenyl Methylpropional oah0t45k054t0kt), até porque tem muitos que tem VÁRIOS SINÔNIMOS. parece que eles fazem de sacanagem mesmo.
    mas é ótimo mesmo que tenha tanta informação hoje e uma grande onda de conscientização a respeito. antes tarde do que nunca!

    aliás, esqueci de te falar que aquela alternativa da nutella que eu tinha visto é uma farsa. ;_; são aqueles produtos diet com adoçante... química por açúcar, prefiro o açúcar.

    this. e que não existem milagres vindo de fábricas.

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  6. Nossa, Rika, adorei esse post! <3

    Como química, entendo completamente esse impasse: é realmente muito difícil você usar produtos cruelty-free, porque não somente algumas matérias-primas são testadas em animais, às vezes também são produtos animais propriamente ditos, e nem todos têm origem comprovada, por exemplo, no caso da glicerina (ingrediente para uns 90% dos cosméticos, principalmente sabonetes, hidratantes, creme dental, etc) que pode ser tanto de origem vegetal quanto animal. Mas acho que sim, praticamente todos os testes in vivo podem vir a ser substituídos por in vitro, principalmente os feitos pelas industrias de cosmeticos, que são geralmente testes alergicos e de sensibilidade. Só não o fazem por n mil motivos que só elas devem saber (e não é por questões financeiras, muitos dos testes não são caros)

    Além disso, nos próprios laboratórios de controle de qualidade das indústrias que se dizem cruelty-free é necessário usar solventes, reagentes e outros produtos químicos que sim, foram testados em animais e não há como fugir disso, porque há somente duas grandes empresas que comercializam tais produtos, e ambas fazes vários testes in vivo para escrever as fichas de segurança dos produtos, dá até uma reviravolta no estômago.

    Aaah, e essa sua dica lindona que usar produtos com poucos ingredientes e o mais natural possível é a melhor cosia do mundo, também faço isso!!! <3
    Só que com algumas ressalvas, porque as vezes um novo composto de nome esquisito é descoberto a partir de alguma simples extração vegetal, e não por síntese com n mil reagentes tóxicos. Inclusive, isso é uma preocupação pros químicos de hoje em dia, pois a nossa fama é terrível (vide: AI, FAZER QUIMICA NO CABELO FAZ MAL! e CUIDADO QUE ISSO PRODUTO QUIMICO) e hoje em dia todas as instituições minimamente responsáveis desenvolvem testes in vitro e sempre com o menor uso de reagentes perigosos, justamente para minimizar o manuseio e ter um descarte final limpo, evitando repassar a conta pro meio ambiente <3

    Finalizando, fico muito, muito feliz que você esteja passando adiante a cultura de ler e compreender rótulos <3

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    1. talvez eu não responda seu comentário como merecia, mas é maravilhoso poder ter a sua opinião profissional, luiza! :D

      esse ponto é importante também. eu não fazia idéia que existem apenas duas empresas que comercializam todos esses produtos químicos... mas isso no caso do brasil, não é?

      que ótimo, então será que você não quer compartilhar algumas dicas de produtos? haha tem alguma marca específica que você costuma confiar?
      e nossa, tem como diferenciar as de extração vegetal da síntese com mil reagentes tóxicos? D:

      espero a cada dia mais poder aprender sobre o assunto. tenho estado louca atrás de tudo relacionado e sei como é difícil pra maioria da população entender ou ligar/se dar ao trabalho de "decifrar" as embalagens, mas espero passar um poudo do que tenho absorvido, porque, francamente: é aterrorizante. às vezes me acho neurótica, mas quando observo o estilo de vida ideal e outras pessoas mais informadas, vejo que ainda tenho um belo caminho a percorrer...
      de qualquer forma isso só me confirma mais ainda que estou fazendo a coisa certa, muuuito obrigada! <3

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  7. Adorei essa abordagem, principalmente esse raciocínio sobre a terceirização não ser cruelty-free!
    Me emputece demais ver gente que age como se os cientistas fossem malvados que gostam de torturar animaizinhos, e não pessoas que, por um bem maior, usam animais quando estritamente necessário! Claro que uma tecnologia que não precisasse desses testes seria maravilhosa e eu acredito que num futuro próximo vamos alcançá-la, mas até lá, os profissionais que precisam usar animais não têm muitas escolhas pra entregar pra sociedade um produto confiável.
    Ah! O layout novo está lindo :) Beijos!

    http://umablogueirapobre.blogspot.com.br

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    1. pois é, não podemos generalizar, nem mesmo quando se trata das empresas, governos e etc, que tem sempre a tendência (infelizmente não sem motivos) são sempre tidos como os vilões da história. mas temos que ficar espertas, fiscalizar o que podemos, inclusive nós mesmos. :)

      obaaa, que bom que gostou, thamires! obrigada! :***

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  8. Oi, Rika! É a mayu, que vira e mexe comprava coisinhas sortidas na loja. Comento de vez em nunca mas ainda leio todos os seus posts!

    Acho que você resumiu bem meus receios com a questão do cruelty-free e do marketing verde. Também achei válido o paralelo com orgânicos; é difícil encontrar trabalhos e estudos bem feitos e que não sejam parciais, e não tem agência reguladora, mas sabemos também que mesmo que uma venha a ser estabelecida, isso por si só não é garantia.

    Também é complicado porque o impacto de um produto em si é maior do que somente sua matéria prima. Tem o processo de extração, de produção, distribuição, insumos utilizados, rejeitos e a existência ou não de como neutralizá-los. E a terceirização. E a discussão de até onde o que é responsabilidade de quem, e quem pode processar quem, enfim, um horror D:
    E no meio de isso tudo, há um monte de pessoas inocentes, ou que fingem ser, romantizando.

    Mudando de assunto, Rika, você conhece algum blog de Urahara-kei?

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    1. Ugh, estava relendo e sorry pelo monte de vírgulas faltando. Isso que dá não organizar as ideias antes digitar.

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    2. oi, mayu! obrigada por acompanhar o blog também!! e não se preocupe com as vírgulas. haha achei super válido o seu comentário.

      isso tudo é bem complicado mesmo, como que uma pessoa como nós pode monitorar toooooodo esse processo se nem mesmo o governo e as instituições que deveriam fazer estão cumprindo, né? por isso que quanto mais transparência de uma empresa, melhor. quem não deve, não teme.

      eu postei alguns links em resposta à yuri ali em cima sobre a fiscalização de orgânicos e já é alguma ajuda... fiquei com vontade de me mudar pra RS só por causa da feira que eles tem lá. um dos senhores que frequenta fala no vídeo que já foi na maioria das fazenda dos comerciantes. :O só assim mesmo.... e nesse caso tem gente que diz que dá para diferenciar os alimentos orgânicos só de olhar, mas e quando vem em uma caixa e em formatos diferentes com misturas, como no caso dos cosméticos, não é? uma das coisas que tenho notado é que os naturais tendem a fazer menos espuma, mas essa é uma característica muito específica e limitada para ser decisiva.

      ah, nunca pesquisei muito sobre urahara-kei, você queria em qualquer língua? em português o que mais se aproxima deve ser esse: http://takeenoko.blogspot.com.br/

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    3. Thanks pelo takeenoko, rika :) Era bem isso mesmo! Pena que ele não parece estar muito ativo ultimamente, só :(

      Maioria das fazendas dos comerciantes :OO Caramba! É o tipo de coisa que me faz pensar como os negócios e iniciativas em pequena e média escala costumam ser, sei lá, melhores de uma forma geral. Maior controle, mais olhos, mais sensibilidade, alimento pra atividade econômica local e mais sentimento de comunidade... Mas aí eu percebo que estou viajando para a minha fantasia bucólica interior e entro em depressão, HAHA.

      Mas então, falando sobre o papel de indivíduo, instituições e empresas na questão do cruelty-free, me fez lembrar sobre uma discussão sobre usar sustentabilidade como diferencial de produto na construção civil (?! Fui longe!) outro dia. Mas acho que o que foi discutido dá para generalizar para todos os "conceitos" bem-intencionados incorporados aos negócios.
      Os produtores, de qualquer porte ou contexto, independentemente de seus ideais, só vão incorporar "sustentabilidade", "cruelty-free", "orgânico" ou qq outra ideia, que gera custos extras, 1)Se isso gerar vantagem competitiva junto ao consumidor final 2) se ele for obrigado por agências reguladoras, legislação, parceiros comerciais, etc.

      A parte chata é que nada se tornará barato sem que sejam feitos investimentos em pesquisa e se atinja uma certa escala de produção. Então, é só com 1 e 2, mesmo. Mas aí caímos na questão que você colocou sobre como é difícil para o consumidor final keep the track de todos os produtos que ele consome no dia a dia, e como a fiscalização, no segundo caso, é meio "who watches the wathcman".

      dito isso, começamos a questionar se encarar tudo isso como "valor agregado" estava certo, se não existem saídas mais viáveis... mas aí a conversa morreu, porque estávamos todos em um estado muito avançado de desilusão 8D

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    4. sim, é uma pena... e não é falta de incentivo da minha parte manterem o blog vivo, viu? :<

      nossa, mas COM CERTEZA é o do esquema certo. a gente tem que (na medida do possível) investir e consumir nesses negócios locais e menores, porque é bom pra todo mundo! <3 na minha infância morei em uma chácara e a gente trocava alimentos entre os vizinhos que tinham as suas hortas. todo mundo bem alimentado, sem faltar nada, sem gastos ridículos, sem poluição, sem transporte, sem agrotóxicos. não é de se supreender que não é do interesse de nenhuma empresa ou governo seguir essa linha. :p

      justamente!! é por isso que, no fim, nós, os consumidores, é que temos que mandar nessa por**. imagina se TODO MUNDO cria uma consciência e boicota produtos tóxicos e testados em animais? as empresas vão ter que se virar e se adaptar. e nós aos preços... mas eu imagino que apenas no começo seriam mais elevados. se realmente investissem e criassem um sistema eficaz em cima dessas idéias, somos muito bem capazes e inteligentes o suficiente para conciliar tudo.

      "who watches the watchman". yeah... :T

      eu gosto de acreditar que não é 100% dos casos em que isso se tratava apenas de valor agregado... mas depende da empresa em que essa mensagem está vindo, sabe? é meio que o mcdonald´s me vendendo uma salada versus o restaurante vegan me vendendo ela.
      pode ser que esse último não esteja condizente com TODOS os quesitos de sustentabilidade, mas ele chega mais perto que o outro. :~ acho importante a gente continuar procurando o mais próximo desses conceitos, porque de acordo com o que vivemos hoje é impossível ser completo...

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  9. Simplesmente genial! Há pouco tempo, não dava tanta atenção a esse assunto, mas, conforme vou 'convivendo à distância' com mais e mais meninas que abordam sobre isso, eu confesso que me sentia exatamente assim: em cima do muro. Claro que somos contra a crueldade, mas é algo complicado quando praticamente tudo o que consumimos já foi ou é testado em seres vivos.

    Parabéns pela reflexão!! <3

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    1. pois é, sayaka, eu também comecei a pesquisar (um pouco, né? não dá para dizer que sou uma completa entendida ainda) sobre testes e ingredientes justamente por influência de outras meninas. temo que se a internet não estivesse aí, dificilmente eu questionaria sobre eles, como muitas pessoas passam a vida sem fazer. especialmente da geração passada... é importante criar essa consciência agora e passar adiante, para que cada vez mais a gente tenha cosméticos mais seguros e sustentáveis!
      muito obrigada! <3

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  10. Muito bom o post! Eu não fico procurando comprar só o que não é testado em animais, nem sou vegetariana, mas tb n sou a favor. As pessoas não tem noção do quanto são enganadas. Infelizmente a gente tem que pesquisar muito, conhecer muito e correr muito atras pra ter o mínimo de garantias de que não estamos usando produtos que testam coisas em animais ou que possuem ingredientes tóxicos. As indústrias são mt "espertinhas". Uma coisa que me encomoda muito é a troca dos parabenos por phenoxyethanol, que tb é péssimo. Até as linhas que se dizem mais "orgânicas e saudáveis" estão usando isso. Esse é só um exemplo da falta de consideração que as empresas tem pelos consumidores. :/

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    1. obrigada, kell!
      mas pois é, nós somos obrigadas a estudar para saber o que estamos consumindo, sendo que o certo é isso estar claro na embalagem e na mídia. eu não vejo nenhuma revista de beleza falando sobre essas preocupações ou ensinando as pessoas a identificar ingredientes, por motivos óbvios. :(
      não sabia disso do phenoxyethanol. me parece que ele não é tão ruim quanto a maioria dos parabenos, mas de forma alguma é benéfico. irei ficar de olho nisso também, porque é realmente um absurdo ficar aclamando que não possui certo ingrediente "vilão da história" e colocar um que também é vilão, porém menos conhecido pelas pessoas...

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  11. Muito bom o post Rika!
    Eu ainda tenho muito que pesquisar sobre o assunto mas acho que há interesse das duas indústrias em jogo. Antes de tudo, eles lidam com negócios.
    Me fez lembrar da questão couro x couro ecológico x couro sintético. Muitos evitar usar couro por defender os animais mas a fabricação de couro sintético polui tanto o meio ambiente quando a fabricação do couro natural, então caímos num caso semelhante, onde não há inocentes.

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    1. obrigada, sana!

      exatamente, isso é uma coisa que não podemos esquecer.

      e tem toda a razão, muito bem apontado. é por isso que eu sempre caio na mesma questão: consumo consciente. às vezes é melhor comprar UM único ótimo sapato de couro do que 10 sintéticos que são um lixo, vão poluir tanto na fabricação quanto no descarte e ainda vai te fazer gastar mais ainda em outros pares. vira um ciclo insustentável.

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  12. Até que enfim alguém usando a cabeça!

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    1. taí pra ser usada, né? ahahaha obrigada, giulia. é bom receber apoio pra uma lógica que tenta considerar mais do que um único lado das coisas.

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